História do homem conhecido como “José do Egito”

 

Confira abaixo um resumo da história do homem conhecido como “José do Egito”, que foi vendido pelos irmãos como escravo, foi preso injustamente e através de um dom, alcançou o cargo de administrador de uma nação.

A origem

José era o 11º filho de Jacó, mas se tornou o seu preferido por ser o primeiro filho dele com Raquel. O amor de Jacó por Raquel era tão grande, que ele trabalhou de graça para Labão, o pai dela, que o trapaceou. Quando Jacó conheceu Raquel, que era sua prima, pediu sua mão em casamento, mas Labão exigiu que ele trabalhasse por sete anos sem salários, antes que pudesse se casar. Na noite do casamento, Labão entregou sua filha Léia, e disse que se Jacó quisesse Raquel, teria que trabalhar por mais sete anos, tarefa que foi cumprida por Jacó.

Os sonhos

Com dedicação, José conquistava seu pai, porém, tanto destaque despertou a antipatia de seus irmãos, que se incomodavam com a atenção que ele recebia. Após ter sonhado que estava no campo amarrando feixes e os feixes amarrados por seus irmãos se curvavam perante seu o dele, José incomodou novamente a seus irmãos. Em outro sonho, José contou aos familiares que o sol, a lua e as estrelas se curvavam diante dele, o que irritou não somente a seus irmãos, mas também a seu pai, pois os sonhos de José transmitiam uma mensagem de que ele seria o mais importante na família, algo inadmissível para um caçula à época.

A rivalidade

Incomodados, os irmãos de José passaram a chamá-lo de sonhador e tramaram sua morte, mas desistiram, e resolveram vendê-lo a um mercador de escravos ismaelita, com quem cruzaram no caminho. Para Jacó, levaram a túnica de José manchada de sangue, e falaram que ele havia sido morto por um animal. Triste pelo acontecimento, Jacó lamentou profundamente a perda de seu filho.

A cilada

No Egito, foi vendido para Potifar, que era oficial e capitão da guarda do rei. Novamente, com esforço e dedicação, tornou-se administrador da casa e dos demais escravos de Potifar e aprendeu o idioma egípcio. Porém, a esposa de Potifar desejou seduzi-lo, mas diante da recusa de José, ela passou a acusá-lo de tentativa de abuso, o que fez com que José fosse preso.

A prisão

Enquanto esteve preso, José se relacionava com os demais presos, e fez fama de intérprete de sonhos, ao mostrar o significado dos sonhos de dois prisioneiros: o copeiro-chefe e o padeiro chefe do palácio real, que estavam presos sob acusação de conspiração contra o rei.

Em determinado momento da história, o Faraó teve um sonho em que sete vacas magras comiam sete vacas gordas e permaneciam magras. Incomodado com o sonho, o Faraó convocou todos os sacerdotes do Egito, porém nenhum deles soube interpretar seu sonho. O copeiro-chefe do palácio real, que havia sido perdoado pelo Faraó, lembrou-se das interpretações de José a respeito dos sonhos, e falou sobre o prisioneiro, que foi chamado e disse que o sonho significava um período de fartura de sete anos, seguido de um período de seca igualmente de sete anos, pelo qual o Egito passaria.

O Governador

O Faraó, satisfeito com a interpretação de José, dá a ele um anel de seu dedo e o nomeia Governador do Egito. Com a amizade construída com os demais prisioneiros durante o período em que esteve na cadeia, José aprendeu bastante sobre a política do país, e sabia da divisão existente no Egito, que era separado como baixo Egito e alto Egito, tendo dois governantes.

José ordena a construção de celeiros para armazenar os alimentos produzidos nos sete anos de fartura, e nos sete anos seguintes de seca, José passa a vender os alimentos a valores altíssimos para o alto Egito, conquistando assim, riquezas suficientes para comprar quase que a totalidade do território do alto Egito, e entregar a seu Faraó, um território muito maior ao final dos catorze anos.

O reencontro com a família

Durante a seca, que atingia toda a região, Jacó envia seus filhos para comprar mantimento no Egito. Ao chegarem ao Egito, encontram-se com José, mas não o reconhecem, porém José os reconhece, os trata friamente, e especulando sobre suas origens, os acusa de serem espiões. Quando José tem certeza de que são seus irmãos, os mantém presos por três dias, liberando-os para levar comida a seus familiares sob a condição de que um deles permanecesse no Egito, enquanto os demais traziam o irmão mais novo como prova de que não eram espiões.

José porém, mandou entregar os mantimentos comprados por seus irmãos e sem que eles soubessem, mandou também colocar o dinheiro deles de volta em seus pertences. Ao relatarem tudo que havia acontecido a seu pai, temeram, e após muita discussão entre eles, resolveram voltar com Benjamin, o filho mais novo.

Ao chegarem ao Egito, encontraram José e se curvaram a ele, que os questionou sobre a saúde de seu pai. José então, tomado pela emoção ao ver Benjamin, filho de sua mãe, se escondeu para chorar. Depois, durante uma farta refeição, se alegraram.

José porém, mandou plantar novamente dinheiro e bens nos pertences de seus irmãos, e quando eles tinham saído, mandou guardas atrás deles, questionando-os por que pagavam bem com mal. Ao serem levados à presença de José, ele se revelou, dizendo ser ele o irmão que havia sido vendido como escravo. A seus irmãos, disse também que o fato de eles o terem vendido era plano de Deus, e pediu que avisassem a seu pai que ele estava vivo e bem sucedido, e queria vê-lo.

Ao saber sobre José, seu pai ofereceu sacrifícios a Deus e foi ao Egito encontrá-lo. Ao se reencontrarem, José chorou abraçado a seu pai, que sentia-se realizado por ter reencontrado se filho.  Após o reencontro, José deu à sua família uma propriedade em uma das melhores localizações do Egito e lá trabalharam e viveram.

1 analise:

1. José: na terra de Canaã

Em Gênesis 37:3-11 lemos:

Gênesis 37:3-11 
"E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente. Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais. E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho. Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras. E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém guardava este negócio no seu coração."

Jacó amava José mais que todos seus filhos. Isto, porém, causou inveja de seus irmãos. Como se não bastasse, José também teve dois sonhos nos quais ele aparecia reinando sobre sua família, o que aumentou ainda mais a inveja deles. Como veremos mais tarde, esta inveja custou muito caro a José.

Referente à origem desses sonhos, o fato é que Deus realizou todos eles, como veremos mais tarde. (Gênesis 42:9), mostra que foi Deus quem deu esses sonhos, em primeiro lugar. Provavelmente então, e vendo os problemas que esses sonhos causaram a José, a pergunta é Por quê? Por que Deus deu esses sonhos proféticos a José que só seriam concretizados muitos anos depois? Ele não sabia que iria enfurecer ainda mais os irmãos de José, até mesmo ao ponto de vendê-lo como escravo para o Egito? É claro que sabia. Não há nada desconhecido a Deus. Nada e ninguém pode pegar Deus de surpresa. Ele sabe tudo e vê além do que podemos ver. As coisas que José sofreu tinham seus propósitos, mesmo embora fossem difíceis de ver qualquer propósito no tempo que elas aconteceram. O fato de passarmos por tribulações e desconforto não significa necessariamente que estejamos caminhando fora dos desígnios e dos planos de Deus. Assim como com José também conosco, eu creio que as dificuldades têm seus propósitos e também penso que é assim com tudo que o Senhor coloca em nosso caminho. “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28), diz a Palavra. Se você ama a Deus, TUDO concorre para o bem. Mesmo as dificuldades e até os sofrimentos. Você nem sempre precisa ter respostas para tudo para seguir adiante – como veremos que as respostas de José levaram muitos anos para serem respondidas e durante os anos outras perguntas surgiram. O que precisamos, portanto, é de fé – acreditar nos planos de Deus, mesmo que não consiga vê-los em sua totalidade. Como nos diz I Pedro 4:19 “Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.” Haverá momentos onde possamos sofrer e isto será “segundo a vontade de Deus”. Confiemos nossas almas no Senhor que é nosso fiel Criador. Ele sabe muito bem o que está fazendo.

2. De Canaã ao Egito

Voltando a José, se não questionou de imediato, por que Deus lhe deu aqueles sonhos, provavelmente ele o fez depois do que se seguiu. Seu pai lhe enviou a seus irmãos onde seus irmãos estavam pastando o rebanho. Mas eles....

Gênesis 37:18-28 
“E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem. E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor! Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. E ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia. E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela. Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito. Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue? Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.”

A inveja dos irmãos de José fez com que eles o vendessem como escravo para o Egito. Paremos por um momento e coloquemo-nos no lugar de José: imagine as dúvidas que provavelmente ele teve. Em questão de minutos sua vida mudou drasticamente. Poucas horas antes ele estava em casa com seu Pai que o amava muito, enquanto agora estava indo como escravo para o Egito, vendido pelos próprios irmãos! Você acha que ele entendeu por que tudo aquilo estava acontecendo? Acho que não.

Assim como José, também nós não entenderíamos os motivos por trás dessas coisas. Sentir-nos-íamos confusos e lamentaríamos como Jó. Mas, permita-me dizer novamente: “TODAS as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Nós temos uma visão – e muito limitada – apenas do presente e do passado. Por outro lado Deus tem uma visão plena de tudo: passado, presente e futuro. Nossa visão é limitada e imperfeita. A visão de Deus é plena. A ligação entre nossa visão e a visão perfeita de Deus é a fé. Pela fé submetemos nossa visão imperfeita à visão perfeita do Senhor e deixar de seguir e agir apenas de acordo com nossas imperfeições. Em vez disso, confiamos na visão daquele em quem colocamos nossa fé: Deus. Quando nossa fé é testada temos a tendência de tirá-la de Deus e colocá-la em coisas mais palpáveis. Não tentemos responder incógnitas que surjam apenas com base naquilo que nossos olhos vêm. Certamente nos equivocaremos. Ao contrário, confiemos nossas almas “Àquele que é o Criador fiel” (1 Pedro 4:19). Ele sempre sabe o que faz, mesmo embora haja coisas que não compreendamos no momento.

3. José: Na casa do Potifar e então na prisão.

Voltando a José, versículos 1-6 do capítulo 39 diz o que aconteceu a seguir:

Gênesis 39:1-6 
“E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. E oSenhor estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão, José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pós sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo. E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia.”

O Senhor estava com José.” Não diz que o Senhor abandonou José durante suas tribulações em sua casa e só voltou agora. O Senhor estava com José, e Ele estava com ele desde o início. “Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13:5), diz a Escritura. José, como você talvez, tinha ciência apenas do passado e do presente. Se ele olhasse para essa situação com olhos humanos apenas, ele se sentiria um miserável. Ele deveria até mesmo resignar sua vida. Contudo, ele não agiu assim, mesmo embora a vida estivesse indo em um caminho diferente do que esperava. Ao contrário, ele trabalhou para o Egípcio o qual colocou em seus ombros o encargo de tudo que possuía. José, embora não tivesse a resposta de todas suas perguntas, viveu sua vida, colocando seu coração nas mãos daquele que sabia todas as respostas.

Em relação à vida de José na casa do Potifar, alguém poderia dizer que sua vida começou a sorrir-lhe novamente. Ele tinha um bom trabalho: era o encarregado da propriedade do oficial do Faraó. Penso eu que era uma posição privilegiada para muitos egípcios, especialmente sendo José um estrangeiro. Contudo, as coisas mudaram repentinamente. Gênesis 39:6-20 nos diz.

Gênesis 39:6-15, 19-20 
“E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de porte, e de semblante. E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pós os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo. Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem; Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus? E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos, para deitar-se com ela, e estar com ela, Sucedeu num certo dia que ele veio à casa para fazer seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali; E ela lhe pegou pela sua roupa, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora. E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua roupa em sua mão, e fugira para fora, Chamou aos homens de sua casa, e falou-lhes, dizendo: Vede, meu marido trouxe-nos um homem hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz; E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua roupa comigo, e fugiu, e saiu para fora...E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu. E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere.”

Embora José fosse um bom funcionário, ele foi de repente assediado pela esposa do Potifar e acabou na prisão. Ele não deu passo em falso do que sabia que era a vontade de Deus. Como ele disse a ela: “como, pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” Era Deus quem José temia. Não o homem. Embora o resultado tenha sido a prisão, a presença do Senhor o acompanhou lá também. Versículos 20-23 nos diz:

Gênesis 39:20-23 
"E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere. O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava.”

Mas o Senhor estava com José…”e eu creio que o mesmo acontece com você. Mesmo embora você possa estar passando por uma situação difícil, o Senhor está lá. Talvez você tenha, como José, questionamentos que precisam ser respondidas. Você pode imaginar “Onde está Deus em tudo isto”? E a resposta é bem simples, curta e direta: com você.

Voltando a José, de responsável pela casa do Potifar a encarregado de toda prisão. Após algum tempo, no meio desses “convidados” onde estavam também dois oficiais do Faraó: o copeiro e o padeiro. Gênesis 40:5-8 nos diz:

Gênesis 40:5-8 
“E ambos tiveram um sonho, cada um seu sonho, na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam presos na casa do cárcere. E veio José a eles pela manhã, e olhou para eles, e viu que estavam perturbados. Então perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão hoje tristes os vossos semblantes? E eles lhe disseram: Tivemos um sonho, e ninguém há que o interprete. E José disse-lhes: Não são de Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos.”

“Não são de Deus as interpretações”? Claro que a Ele pertence toda interpretação, explicação ou resposta. Com este encorajamento os prisioneiros começaram a contar seus sonhos a José.

Gênesis 40:9-15 
“Então contou o copeiro-mor o seu sonho a José, e disse-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante da minha face. E na vide três sarmentos, e brotando ela, a sua flor saía, e os seus cachos amadureciam em uvas; E o copo de Faraó estava na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó. Então disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: Os três sarmentos são três dias; Dentro ainda de três dias Faraó levantará a tua cabeça, e te restaurará ao teu estado, e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro. Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa; Porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito para que me pusessem nesta cova."

Os sonhos dos dois oficiais (saltamos o sonho do padeiro) eram de Deus. O copeiro foi restituído em sua posição. José, sabendo disto, pediu-lhe para lembrar-se dele e mencionar seu caso ao Faraó. Então versículos 20-23 diz:

Gênesis 40:20-23 
“E aconteceu ao terceiro dia, o dia do nascimento de Faraó, que fez um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor, e a cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos. E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó. Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.”

As coisas aconteceram exatamente como Deus disse por meio de José. Contudo, apesar do fato e do pedido de José o copeiro esqueceu-se dele. Quem sabe o que José estava pensando. Ele provavelmente tinha grande expectativa que os três dias se passassem e os sonhos se realizassem na esperança que o copeiro se lembrasse dele. Mas, ele o esqueceu. Alguém pode chamar isto de descuido, outro chamaria de ingratidão. Portanto, quem pode anunciar algo e torná-lo realidade se o Senhor não der a ordem? (lamentações 3:37) diz a palavra de Deus. Para o homem que segue o Senhor nada é acidental. Ao contrário, “TODAS as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus.” TODAS. Mesmo o descuido? Sim. Mesmo o fato de José ter sido colocado na prisão sem ter cometido nenhuma falta? Com certeza. “Mesmo a situação em que me encontro? Se você ama a Deus, sim. Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, e sinceramente eu creio que minha situação não é uma exceção deste “TODAS”.

4. José: no Palácio do Faraó

Algum tempo passou e agora foi a vez do Faraó ter um sonho que veio de Deus, e buscava sua interpretação. Foi então que o copeiro lembrou-se do jovem Hebreu que, anos atrás, tinha interpretado o sonho que ele e o padeiro tiveram. Imediatamente o Faraó mandou buscar José e Deus deu-lhe a interpretação do sonho: Egito passaria por 7 anos de abundância que se seguiriam por 7 anos de fome. O Faraó então teve um ato de sabedoria e nomeou alguém que assegurasse que o país usasse os recursos abundantes dos 7 primeiros anos para cobrir o período de escassez que viria a seguir. Então o Faraó disse a José:

Gênesis 41:37-44 
“E esta palavra foi boa aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus servos. E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu. Disse mais Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a terra do Egito. E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pós na mão de José, e o fez vestir de roupas de linho fino, e pós um colar de ouro no seu pescoço. E o fez subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim o pós sobre toda a terra do Egito. E disse Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém levantará a sua mão ou o seu pé em toda a terra do Egito.”

Assim como subitamente José foi enviado do exílio à prisão também, de repente, foi nomeado o segundo no comando de todo Egito. Apenas o Faraó lhe era superior. Sob a liderança de José o Egito foi capaz de economizar nos sete primeiros anos de fartura para suportarem os sete anos de fome. Mais ainda, Jacó, o Pai de José ao ouvir dizer que havia comida no Egito, enviou seus filhos para que comprassem um pouco. Capítulos 52-56 de Gênesis mostra quão maravilhosamente Deus organizou o reencontro de toda família de José no Egito.

5. José: os motivos

As coisas que lemos sobre José, especialmente o período de tribulação, não foi algo que durou apenas um ou dois meses. Na verdade passaram-se 13 anos desde que José fora vendido ao Egito até o tempo que ele se apresentou ao Faraó (veja Gênesis 37:2 e 41:46). O salmo 105:17-22 nos dá um resumo do que aconteceu a José como também seu significado.

Salmo 105:17-19 
Mandou [DEUS] perante eles [o povo de Israel] um homem, José, que foi vendido por escravo; Cujos pés apertaram com grilhões; foi posto em ferros; Até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do Senhor o provou.“O Rei ordenou que o libertasse, o governante do povo o libertou. “Ele deu-lhe autoridade sobre todos os seus bens para instruir a seus príncipes e ensinar sabedoria a seus anciãos.”

Foi Deus quem enviou José ao Egito. “Ele o enviou”. Conforme o próprio José disse a seus irmãos após o reencontro:

Gênesis 45:7-8 
Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus.”

E novamente Gênesis 50:19-20 
“E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar a vida de muita gente.”

Voltando ao salmo, Deus preparou um tempo para que “Sua palavra [referente a José] se cumprisse.” Até que a palavra de Deus o provou. Todas as coisas pelas quais José teve que passar não foram resultados de má sorte ou tristes circunstâncias, mas foram etapas que Deus organizou em Seu plano para ele. Estas foram provas que Deus planejou para que construir nele o que era necessário para o passo seguinte. Conforme Romanos 5:3-5 diz referente às tribulações:

Romanos 5:3-5 
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”

e Tiago 1:2-4 
“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.”

Também Hebreus 10:36 
Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.”

Precisamos de paciência para fazer a vontade de Deus e, embora não gostemos, paciência é construída por meio de tribulações. Não há atalhos aqui. José não poderia chegar ao passo 3 [ser o segundo no comando no Egito e trazer a salvação a Israel] sem passar pelo passo 1 [ser odiado por seus irmãos e vendido como escravo ao Egito na casa do Potifar] e passo 2 [jogado injustamente na prisão]. Conforme o salmo 105 nos diz: “foi posto em ferros; Até ao tempo em que chegou a sua palavra.” Os planos de Deus para José era o passo 3 desde o princípio. Contudo Ele não conseguiria realizá-lo sem os passos 1 e 2, isto é, sem tribulações. Muitos de nós queremos ir ao passo 3 sem passar pelos passos iniciais. Queremos a ressurreição sem a crucificação. Queremos ser discípulos em carregar a cruz. Isto é simplesmente impossível. Se o filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, “aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hebreus 5:8) achamos que podemos aprender de outro modo? Se a resposta for sim, então nos enganamos a nós mesmos.

Tribulações são etapas que nos elevam e são planejadas por Deus para nosso benefício. Como foi para José, também para nós elas são ferramentas que Deus planejou para construir em nós o que é necessário para darmos o passo seguinte que Ele deseja. Deus tem um plano e um propósito para nossas vidas e Ele quer que concretizemos esse propósito. Iremos nos submeter a Ele? Ninguém jamais irá ao passo 3, sem primeiro passar pelos passos 1 e 2. Ninguém aprenderá a obediência sem tribulações. Ninguém alcançará o propósito que Deus reservado para ele se não permitir que Deus construa (e remova) – por meio de tribulações – o que Ele julgar necessário.

6. Conclusão

Eu espero que o texto acima tenha deixado claro que tribulações não são necessariamente coisas planejadas para nosso mal. Ao contrário, para o homem que ama a Deus “todas as coisas contribuem juntamente para o bem” e com certeza isto inclui as provas e tribulações.

Se, contudo for um tempo onde perguntas parecem ser muitas e as respostas poucas. Não perca a coragem. Confie seu coração ao Senhor. Ele sabe que faz e o que Ele faz é certamente para o bem e Sua glória.

2 analise:

Às vezes Deus de fato conduz seus filhos ao sofrimento. Mas isso sempre acontece para que, por meio do sofrimento, ele possa produzir um bem maior" (Lawrence Richards, Comentário Bíblico do Professor)." 

 

A história de José é uma peça fundamental na saga dos patriarcas. Abraão é apresentado na Bíblia como um exemplo de fé. A história de Isaque, seu filho, revela o caráter provedor de Deus. Jacó, neto de Abraão, demonstra como Deus faz suas escolhas, baseado apenas na sua própria misericórdia, e não no mérito humano.

Na história de José, somos conduzidos a um elemento fundamental, através do qual Deus levou adiante as promessas da aliança: a FIDELIDADE. José é um dos maiores exemplos de fidelidade, no Antigo Testamento. Além, é claro, da tão visível fidelidade de Deus. 

 

Visão panorâmica da história de José
José, cujo nome provavelmente significa "que Deus acrescente", era o décimo primeiro filho do patriarca Jacó. Seu nome reflete o papel de sua vida na nação de Israel: ele foi o agente de Deus na preservação e na prosperidade de seu povo no Egito, durante o período de fome na terra de Canaã. Essa prosperidade levou os hebreus à condição de nação, 400 anos mais tarde, no Êxodo. Vejamos um esboço da biografia desse irrepreensível servo de Deus:  

 

  • Gn 30.22-24: José nasceu, quando Jacó, seu pai, ainda trabalhava para Labão, seu sogro. Foi o primeiro filho de Raquel, a mulher a quem Jacó amava. Sua mãe lhe deu esse nome, como expressão do seu desejo de ter outro filho - o que aconteceu no nascimento de Benjamim.
  • Gn 37.2,3: José era responsável por ajudar seus irmãos (Gade, Aser, Dã e Naftali) a pastorearem os rebanhos de Jacó, seu pai; além de ser responsável por prestar relatórios do procedimento deles, enquanto trabalhavam.
  • Gn 37.9-11: José contou a seus irmãos e se pai os sonhos que descreviam seu futuro domínio sobre toda a sua família, inclusive sobre Jacó. Isso aumentou o ódio dos seus irmãos contra ele.
  • Gn 37.12-36: Os irmãos de José armaram uma cilada contra ele, prendendo-o, atirando-o em um poço e vendendo o irmão por vinte peças de prata aos ismaelitas (também chamados de midianitas), como se fosse um escravo. Estes, por sua vez, venderam-no a um "oficial do faraó e capitão da guarda" chamado Potifar.
  • Gn 39: A mulher do seu senhor Potifar, depois de inutilmente tentar seduzir José, acusou-o de tentativa de estupro. Essa acusação levou-o à prisão. Agora, além de escravo, José era um prisioneiro - sem direitos e sem liberdade. Contudo, o autor de Gênesis diz: "Mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade" (v. 21).
  • Gn 40: José interpretou os sonhos de dois prisioneiros especiais - o copeiro-chefe e o padeiro-chefe, funcionários importantes do faraó, que estavam presos devido a alguma acusação contra eles. Com a interpretação dos seus sonhos, José previu o veredicto de faraó sobre eles: o copeiro-chefe seria libertado e restaurado à sua antiga posição e o padeiro-chefe seria condenado à morte.
  • Gn 41.1-36: Dois anos depois o faraó teve dois sonhos, que o deixaram extremamente perturbado. O copeiro-chefe lembrou-se da habilidade de José para interpretar sonhos. Este, por sua vez, decifrou os sonhos do faraó e foi nomeado governador do Egito.
  • Gn 41.37-57: O governo de José foi um sucesso. Durante os sete anos de fartura no Egito, José arrecadou impostos e armazenou mantimentos mais que suficientes para abastecer todo o país durante os próximos sete anos de seca. Quando a fome já havia se espalhado por toda a terra, vinha gente de todas as regiões ao Egito, para comprar trigo de José (vv. 56,57).
  • Gn 42-44: Os irmãos de José desceram ao Egito, em busca de alimentos que pudessem comprar (42.1-3). Antes de revelar sua real identidade aos seus irmãos, José articulou uma série de situações para testar o caráter deles.
  • Gn 45: José revelou a verdade aos seus irmãos, perdoou-os e mandou que eles buscassem Jacó, seu pai, para fugirem da fome que afligia Canaã e viverem como hóspedes especiais do faraó, em uma região fértil do Egito, chamada Gósen.
  • Gn 46-50: Os descendentes de Israel passaram a viver no Egito, onde ficariam pelos próximos 400 anos e se multiplicariam - de uma família de cerca de 70 pessoas, se transformariam numa nação com mais de um milhão de pessoas.
  • Gn 48: Antes de morrer, Jacó adotou os dois filhos de José (Manassés e Efraim), tornando-os participantes da herança dos seus próprios filhos. Essa bênção, que tinha o poder de um testamento profético, transformou-os em patriarcas de duas tribos, das doze de Israel (v. 5) - o que, por sua vez, conferiu a José a bênção dobrada da primogenitura, um direito natural do seu irmão mais velho, Rúben.
  • Gn 50.22-26: José morreu no Egito, depois de passar mais de noventa anos da sua vida longe da terra prometida. Contudo, ele jamais abriu mão da certeza de que Deus um dia, finalmente, cumpriria a promessa de entregar Canaã nas mãos dos seus irmãos, os herdeiros naturais da aliança que Deus fizera com Abraão (vv. 24,25). Esta é, sem dúvida nenhuma, uma das mais belas histórias do Antigo Testamento, por inúmeras razões. Primeiro, porque José foi quem abriu o caminho para que Israel fosse morar no Egito, onde se transformou em uma poderosa nação. Segundo, porque o personagem de José é um tipo queprefigura o caráter e a história de Jesus, o Salvador. E terceiro, porque José se constitui um exemplo de fidelidade inigualável em todo o Antigo Testamento. 

    Lições sobre a vida de José
    A história de José é muito mais que o simples retrato de um homem de grande caráter e de fé admirável. É também um marco decisivo na história do povo escolhido de Deus e um modelo de conduta para todos quantos desejam sinceramente ser fiéis ao Senhor. 
    1. Deus faz o bem, por meio de tragédias e sofrimentos.
  • A verdade de Rm 8.28 é facilmente comprovada pelo estudo da vida de José. Inúmeras coisas ruins que aconteceram a ele, foram transformadas em coisas boas, e revelaram-se como providências divinas, conduzindo Israel pelos caminhos do amor protetor de Deus.
  • Exemplos:
    a) José foi vendido como escravo; Deus o abençoou e ele foi promovido a um cargo de confiança, na casa de um importante oficial do faraó e capitão da guarda.
    b) José foi falsamente acusado de estupro; Deus o abençoou e ele conheceu pessoas muito influentes na prisão.
    c) O Egito foi afligido por sete anos de seca; Deus utilizou esse tempo para confirmar a habilidade que José tinha para lidar com dificuldades.
  • Estes são apenas alguns dos exemplos da providência divina, realizando seus propósitos, por meio de situações de extrema dificuldade. Existem outros inúmeros exemplos bíblicos que comprovam esse método de Deus de converter o mal em bem (Gn 50.20). 2. O coração do homem é provado nas dificuldades que tem de enfrentar.
  • Tiago diz que devemos nos sentir alegres, quando temos de passar por provações, pois estas cumprem o propósito que Deus tem de desenvolver nosso caráter e fazer-nos amadurecer (Tg 1.2-4). Pedro diz que não devemos ficar desapontados, quando somos afligidos por algum sofrimento, pois é justamente por meio do sofrimento que a nossa fé é provada (1Pe 4.12).
  • Todas as situações de dificuldade que sobrevieram a José estavam carregadas de propósitos divinos, como: conduzir o povo de Israel para uma terra onde eles pudessem ser protegidos e preservados; servir de testemunho da soberania de Deus entre aqueles que não faziam parte da aliança feita com Abraão; e salvar os povos de outras regiões, livrando-os de morrer de fome. Mas é evidente que José desconhecia cada um destes propósitos. A única coisa que José sabia era que devia continuar fiel a Deus, qualquer que fosse a sua situação (Gn 39.9). 3. A providência divina inclui até os pecados que os outros cometem contra nós.
  • Por duas vezes, pelo menos, a vida de José foi drasticamente mudada por força do ódio e da mentira de outras pessoas. Primeiro, aos dezessete anos de idade, José foi atacado por seus irmãos e vendido como escravo. Isso marcou radicalmente a sua história. Segundo, por resistir às investidas da "mulher do chefe", José foi preso, acusado de tentativa de estupro. Mais tarde, sabemos que a mão de Deus estava por trás dessas duas conspirações. É evidente que o fato desses pecados contribuírem com a vontade e o propósito de Deus, não isenta da culpa aqueles que os provocaram. No entanto, é motivo suficiente para nos livrar dos sentimentos de mágoa e ódio, que podem, muito facilmente, serem abrigados em nosso coração (Ef 4.31; Hb 12.15).
  • Por duas vezes José reconheceu que essa confiança era uma razão mais que suficiente para que ele perdoasse seus irmãos (Gn 45.8; 50.20). José sabia que as ações protetoras de Deus também visavam preservar a vida daqueles que o traíram (Gn 45.7). Portanto, a sua atitude deveria ser de cooperar com o propósito que Deus tinha de salvar e proteger seus irmãos (Gn 50.21). Estas são apenas algumas, das inúmeras lições que podemos aprender com o estudo da história desse personagem bíblico, cuja biografia ocupa a terça parte do livro de Gênesis. José foi um personagem tão importante e de caráter tão nobre, que a maioria dos estudantes da Bíblia reconhecem em José e em sua missão muitos paralelismos com a vida e a missão de Jesus. Por exemplo:
  • Ambos foram rejeitados por seus irmãos;
  • Ambos foram vendidos por prata, como escravos;
  • Sofreram em países estrangeiros, pelo bem dos que o afligiam;
  • Demonstraram extrema capacidade de praticar o perdão. Por tudo isso, José é muito mais que um personagem a ser estudado. Ele é um servo de Deus, que deve ser imitado, cujas virtudes devem ser perseguidas por todos os cristãos de hoje. 

    Bibliografia: Comentário Bíblico do Professor, Lawrence Richards, Editora Vida; Gênesis: introdução e comentário, Derek Kidner, Edições Vida Nova; Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Edições Vida Nova; O Antigo Testamento em Tabelas e Gráficos, John H. Walton, Editora Vida; Quem é quem na Bíblia Sagrada, Paul Gardner, Editora Vida. 

    Questões para reflexão:
    1. Em sua opinião, por que é tão difícil demonstrar fidelidade em situações de extrema dificuldade? 
    2. De todas as virtudes de José, qual faria mais diferença em sua vida, hoje? 
    3. Você concorda que Deus faz o bem, por meio de tragédias e sofrimentos? Você já comprovou isso alguma vez em sua experiência pessoal? 
    4. Quais compromissos práticos você acredita que precisa firmar com Deus, diante das lições e das aplicações extraídas desse estudo da vida de José? 

    Fonte: www.adguarulhos.sites.uol.com.br